Presídio de Itabira seria um dos primeiros impactados por rompimento de barragem

Em um cenário de possível rompimento, a unidade prisional seria um dos primeiros locais que seriam atingidos

Por Plox

19/08/2019 15h33 - Atualizado há mais de 4 anos

A cidade de Itabira vive o medo de um possível rompimento de barragens de rejeito, após a tragédia em Brumadinho, em janeiro deste ano, e evacuações de segurança na cidade vizinha de Barão de Cocais. O município é cercado por inúmeras barragens, sendo uma delas a do Itabiruçu. A estrutura fica a cerca de 4 quilômetros do Presídio de Itabira e tem 130,7 milhões de metros cúbicos de material.

Apesar de a mineradora Vale afirmar que o nível de segurança se encontra dentro dos padrões normais, em um cenário de possível rompimento, a unidade prisional seria um dos primeiros locais que seriam atingidos, pois está na área da mancha de inundação. O tempo estimado seria entre um e seis minutos para que o local fosse totalmente impactado. O presídio está localizado em Rio de Peixe, na rodovia MG-129, km 25. Nas proximidades, há sete pontos de encontro em Zonas de Autossalvamento (ZAS). 

presídio

Presídio de Itabira seria um dos primeiros a ser afetados por rompimento- Foto: Tatiana Santos

Possibilidade de mudança

A transferência da unidade para outro local já está na mesa de discussões entre autoridades municipais, estaduais e Vale há alguns meses. Mas, o entrave no momento é encontrar um local seguro, já que a cidade é cercada por outras barragens. 

A mudança está sendo analisada pelo Poder Judiciário, pela Prefeitura municipal e pelo governo de Minas. A Vale indicou que custearia os gastos para erguer a construção, porém, isso poderia demorar até 18 meses. Um novo espaço em vista acomodaria 1,2 mil presos. O local seria em outra cidade, mas, entidades se mostraram preocupadas com a transferência. O espaço foi inaugurado há 11 anos e tem uma população de 250 detentos, 56 a mais do que o recomendado, que é de 194 presos.

barragem

Barragem do Itabiruçu tem 130,7 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério de ferro- Foto: Reprodução/Vale

Controle de risco
 
Apesar da possível transferência, o gerente da Vale, Rodrigo Chaves, alegou que todas as barragens na cidade estão operando normalmente, com nível 0 (zero) para ruptura. Ele mesmo afirmou em audiência pública em fevereiro que “não existe nível zero de risco”, mas sim, “controle de risco”. 

Atualizada às 15h45


 

Destaques